Conversando com eles!!!!

Amigas, me perdoem mas hoje o papo é com eles, os nossos queridos companheiros.Resolvi escrever um pouco sobre a experiência pela qual passamos nesse último ano eu e meu querido marido.
Receber o diagnóstico de câncer deve ser ruim para qualquer pessoa, e não foi diferente comigo, aos 29 anos,com dois filhos,confessadamente vaidosa, receber um diagnóstico desses fez meu mundo desabar por alguns momentos.
Num primeiro momento eu,como qualquer uma outra pessoa nessa situação, pensei na possibilidade iminente da morte, pensei nos meus filhos, na família. Num segundo momento, um pouco mais otimista, passei a pensar no desafio do tratamento e nos gastos dele; Foi só depois disso tudo que realmente parei para pensar no desafio, não menor, do meu relacionamento comigo e com os outros.
No mesmo momento em que o médico me falou o diagnóstico ele já falou como seria a cirurgia e não foi cogitado, em nenhum momento, a possibilidade de ficar sem a reconstrução da mama. No meio desse turbilhão todo, eu achava que sairia da mesa de cirurgia já "refeita". O que obviamente não aconteceu!!!Minha mastectomia foi total das duas mamas e saí da sala de cirurgia apenas com um pequeno volume nas mesmas(o que me deixou bastante feliz), porém sem mamilo e ainda longe de ter o mesmo seio de antes.
Quem teve ou tem uma companheira nessa situação deve imaginar o que meu marido passou nesses primeiros momentos né! Eu, honestamente, tinha a impressão que o André não estava entendendo a gravidade da situação. Ele é bem mais calmo do que eu e tem uma maneira bem diferente de reagir às situações, o que muitas vezes me deixa brava.Hoje eu vejo que ele foi muito forte, pois eu enlouqueci o coitado. Como eu estava com a minha auto-estima baixa (afinal de contas havia perdido parte importante do meu corpo) eu acabava achando que ele também poderia perder o interesse por mim, resultado disso eu me afastava.
Nem bem tinha passado o primeiro baque e veio a quimioterapia e mais um abalo gigante na auto-estima, agora era outra parte importante que ia embora, o cabelo. Careca, branquinha,com um pseudo seio, e ainda por cima com os problemas que a quimio provoca na lubrificação íntima. Parecia impossível superar esse momento. Mas juntos nós superamos! Não foi fácil e hoje um ano depois continua sendo complicado lidar com minha auto-estima, com meus medos, mas com a paciência e o carinho do meu grande companheiro vamos caminhando.
Se hoje eu pudesse dar alguma dica para aqueles homens que estão começando essa batalha ao lado de suas amadas eu diria:falem a sua esposa/namorada o quanto ela é importante e como o amor de vocês é maior do que a aparência dela. Também sugiriria que se informassem sobre cada etapa do tratamento, fiquem atentos aos sinais de depressão dela, busquem ajuda, e especialmente, homens, desabafem com seus amigos, familiares pois muitos medos não são somente dela, e vocês também precisam de suporte!
Nunca esqueçam do diálogo, do bom humor e de ser presente.